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A incrível história do farmacêutico acupunturista que superou três AVCs isquêmicos

Foto do Farmacêutico acupunturista Hugo Paino

A incrível história do farmacêutico acupunturista que superou três AVCs isquêmicos

Duas resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) dão amparo legal para a prática do farmacêutico na acupuntura

 Por Murilo Caldas 

O farmacêutico Hugo Paino de Oliveira conheceu a acupuntura após sofrer três acidentes vasculares cerebrais (AVCs) isquêmicos. O primeiro ocorreu aos 8 anos de idade, o segundo, aos 18 anos, e o terceiro, aos 28 anos. Após iniciar o tratamento com a técnica integrativa da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), ele relata ter ressignificado a forma de tratamento e afirma ter passado dos 38 anos de idade, sem o quarto AVC, graças à acupuntura.

Hugo Paino relembra que após o primeiro AVC, foram muitas idas e vindas ao médico, “eu morria e vivia a cada consulta”. Os médicos sugeriam: “já sei que o Hugo tem, leucemia, autismo, esclerose lateral amiotrófica (ELA), HIV… enfim, eu tinha muitas doenças sem ter o diagnóstico correto. Isso demorou muito tempo e quando eu tinha mais ou menos 10 anos de idade foi encontrado o diagnóstico de AVC isquêmico”.

A partir de então, foram 18 anos de uso de medicamentos alopáticos para movimentos involuntários, como relaxantes musculares, analgésicos, antiplaquetários, antidepressivos e anticonvulsivos (sic). Embora isso não seja uma indicação de tratamento, mas apenas um relato de experiência pessoal, ele conta que chegou a tomar 21 comprimidos por dia. Mas, desde 2011, só aplica, em si, a acupuntura.

De acordo com Hugo Paino, a vida com tantos medicamentos controlados era muito ruim. Com dificuldades para se movimentar, ele utilizou próteses no antebraço, na mão, na perna e na coxa direita, o que o machucava muito. Foram muitos anos de fisioterapia, hidroginástica, aplicação de toxina botulínica, acompanhamento psicológico e psiquiátrico. “Sofri muito bullying no colégio, tinha dias que eu me perguntava: o que eu estou fazendo aqui?”.

Foi a partir do segundo AVC que “a ficha caiu” e ele resolveu fazer uma pós-graduação em acupuntura. “Na segunda aula tivemos auriculoterapia, foi como uma mágica, sensação ímpar, o professor falou coloca semente de mostarda nos pontos Shen-Men, fígado, baço… eu chorei muito de emoção, quando estimulei os pontos e todo o meu braço direito, mão direita ficaram super relaxados. Consegui pegar a minha caneta com muita facilidade, os meus pés pareciam andar sozinho, sabe a sensação de você pisar nas nuvens”, recorda Hugo Paino.

Com os resultados e a pós-graduação concluída, Hugo Paino registrou a especialidade no Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) e iniciou seus atendimentos clínicos, em 2013. Naquele período, trabalhava em três empregos: numa drogaria, em uma transportadora e nos atendimentos no recém montado consultório. Em 2019, deixou os outros dois empregos e passou a se dedicar à acupuntura e outras terapias como reiki, barras de access e terapia das origens.

Regulamentação

Duas resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) dão amparo legal para a prática do farmacêutico na acupuntura: a Resolução CFF 516/2009 e a Resolução CFF 710/2021. O farmacêutico acupunturista e coordenador do Grupo de Trabalho sobre Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e Acupuntura do CFF, Paulo Cesar Varanda, estima haver entre 6 e 7 mil farmacêuticos atuando na área, no Brasil. Embora esse número seja apenas uma estimativa, Paulo Varanda pretende realizar um senso para aferir o número exato de profissionais atuando nessas áreas, em 2024.

 

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