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Compreendendo a busca pela razão

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Compreendendo a busca pela razão

Por Ricardo Murça 

Na Grécia, em cerca de 300 a.C. um filósofo nascido em Cítio (Ilha de Chipre) e chamado Zenão, iniciou os estudos de uma linha filosófica denominada Estoicismo.

Essa filosofia se desenvolveu até o início do Cristianismo e, em Roma, foi empregada, em certa época, como uma espécie de terapia para os Romanos que temiam pela própria vida.

O Estoicismo tinha como princípios fundamentais:

·         O desenvolvimento das virtudes;

·         Indiferença às coisas externas;

·         A aceitação do destino;

·         O controle das emoções;

·         Viver de acordo com a natureza;

·         Autodisciplina e aprimoramento constante;

Os nomes e denominações desses princípios podem variar um pouco, mas o importante aqui é assimilarmos a ideia central dos estoicos e não estudar a filosofia, os filósofos ou as nomenclaturas.

Debateremos ideias e suas aplicações, mas não apenas essas concepções estóicas, mas uma série de outras que buscam trazer ao homem contemporâneo uma forma factível de pensamento e ação que determinará todas as suas tomadas de decisão, sempre a se voltar para a qualidade de vida, felicidade, plenitude e sucesso.

Na sequência de nossos entendimentos acerca da busca pela razão, destacamos alguns itens, que estudaremos de forma isolada mais à frente e, dentre eles, o primeiro é o desenvolvimento das virtudes.

No dicionário, virtude é a qualidade do que se conforma com o considerado correto e desejável e, ainda a conformidade com o bem, com a excelência moral ou de conduta. No decifrar, dizemos, então, que a virtude é uma qualidade moral, um atributo positivo de um indivíduo, uma disposição para praticar o bem. Não é apenas uma característica de uma pessoa, mas sim uma inclinação e hábitos constantes que levam o ser humano para o caminho do bem.

Podemos listar algumas virtudes, tais como: Flexibilidade, gentileza, contentamento, benevolência, integridade, doçura, compaixão, generosidade, humildade, leveza, perdão, coragem, tolerância, simplicidade, desapego, autoconfiança, gratidão, cooperação, autorrespeito, honestidade, felicidade, amor, paz, pureza e verdade (por exemplo). Poderíamos listar muitas mais e você poderá, no decorrer de sua vida, estudar as virtudes, uma a uma, e desenvolvê-las como desejar.

O contrário, de virtudes, logo, seriam os vícios, tais como: Inveja, medo, desrespeito, preguiça, orgulho, maledicência, culpa, mágoa, descuido, ganância, irritação, arrogância, apego, raiva, ego, luxúria.

Contudo, existem quatro virtudes consideradas – virtudes cardeais – ou as mais importantes e que são:

·         Sabedoria;

·         Coragem.;

·         Justiça e;

·         Autocontrole.

Mais adiante, ao analisarmos mais de perto cada uma dessas quatro virtudes, você poderá captar melhor o caminho que proponho traçarmos.

As virtudes podem ser desenvolvidas, como descrito antes, de modo individual, em ordem de importância, de forma aleatória ou, ainda, como convir e congruente com cada momento de nossas vidas, enfatizamos que, ser virtuoso nada mais é do que querer melhorar de forma constante, na busca do bem comum.

Não pretendo me alongar no assunto estoico e sim na ideia. Contudo, é importante evidenciar quem foram as pessoas e as sementes plantadas por elas, apenas para um melhor compreensão. Também acho importante citar obras e autores para que meus leitores, mais adiante, consigam pesquisar os livros e lê-los por conta própria, para aprimorar sua busca pela felicidade.

Epiteto, um escravo liberto Grego que viveu em Roma e que trazia em seus pensamentos a ideia de diferenciar e separar o que está ou não está sob o nosso encargo, ou seja, o que está sob nosso controle. Como exemplo de leitura deixa A Arte de Viver.

Seguindo para Roma e em maior grau de importância está Sêneca, autor de Sobre a brevidade da vida.

Sêneca chama a atenção por ter sido considerado por muitos não um filósofo estoico, mas um entusiasta da filosofia que não o aprisionava, pelo contrário, o libertava para o exercício de suas ideias, trabalho e influencia.

Foi contemporâneo de Jesus e citam que ele haveria trocado cartas com o apóstolo Paulo. Enxergamos no Cristianismo influências do estoicismo, inclusive na bíblia. Sêneca teve uma vida conturbada, cujos acontecimentos que não eram de seu controle lhe foram ingratos, mas ele seguiu e foi um dos principais influenciadores do Imperador Nero.

Sêneca refletia sobre a alma, a existência humana, a ética, a lógica e a natureza. Propunha igualdade entre as pessoas, sendo contra a escravidão. A consciência, humana, era a capacidade do homem para distinguir o bem do mal. Sugere que os seres humanos sejam menos reativos no lado emocional, mais consciente de si, mais resiliente e se contentar com aquilo que lhe é bastante, sem excessos, dirigindo, assim, o homem para a busca pela felicidade, para a preparação para as desilusões e para a morte. Deixa, ainda, outras obras, como – Sobre a Ira, Sobre o Ócio e A Vida Feliz.

Seguimos, para finalizar, a escrever sobre Marco Aurélio, o último filósofo do período Helenista. Marco Aurélio foi imperador Romano e ficou conhecido como – Imperador Filósofo – e também por seu caráter e honestidade que foram reconhecidos por outros imperadores. Não era o herdeiro do trono, mas como fora adotado por um imperador, a morte de seu pai o destinou ao trono e, este, por acreditar ser seu destino, aceitou e governou Roma em um período difícil em que a peste dizimou cerca de 5 milhões de pessoas.

Deixa como legado a obra Meditações que, na verdade, era um diário dele e não fora escrito para ser publicado.

“Eu, Ricardo Murça, julgo as Meditações de Marco Aurélio como uma obra prima de consulta para a vida, onde se pode notar como fora forjado um homem honesto e de bom caráter a partir dos problemas que enfrentou”.

Estudiosos dizem que Marco Aurélio foi aquele que mais se aproximou à figura do Rei Imperador da República de Platão.

De modo oportuno, não posso deixar de citar aqui as práticas atribuídas à ele durante o enfrentamento da pandemia que, ao que tudo indica, também o levou:

·         Contou com especialistas para o enfrentamento e, cito aqui, Cláudio Galeno;

·         Não deixou Roma ou se refugiou;

·         Vendeu bens imperiais e pessoais, diminuindo sua fortuna pessoal;

·         Confiscou bens da nobreza e cortou gastos imperiais;

·         As dívidas antigas com o governo foram canceladas;

·         Os funerais das vítimas eram pagos pelo governo;

·         Lembrava-se que aquela peste já havia acontecido no passado e poderia ocorrer no futuro: “Não pares de refletir em como tudo o que acontece agora aconteceu do mesmo modo no passado; reflete que assim acontecerá no futuro”. Meditações, X.27.

·         Teve empatia pelas pessoas;

·         Pregava fazer o bem e o amor entre as pessoas;

·         Aceitou e enfrentou as ações que apareciam, assumindo suas responsabilidades;

As práticas de Marco Aurélio, como imperador, eram racionais, o que não indica frieza ou distanciamento, o oposto, na verdade. Tinha consciência de sua importância e da importância de bons atos, escolhas e pensamentos para aliviar o sofrimento de seu povo e, de modo racional, tomou atitudes que lhe cabiam à época, com sensatez e empatia.

Trazendo para os dias de hoje, não vou comparar Marco Aurélio a qualquer governante, mas sim às atitudes humanas do dia a dia, na criação dos filhos, na lida humana com pessoas amigas ou não, na escolha dos amigos, na resolução de problemas, na doença e no cuidado com doentes, na religião, nas decisões importantes.

É preciso, ainda, deixar o leitor ciente de que o fato do desenvolvimento racional, nada se relaciona com a abstenção das emoções, do amor, da fraternidade, do carinho e do calor próprio dos humanos. Os seres racionais, julgo eu, são ainda mais – quentes – que aqueles emotivos, pois refletem, com racionalidade ao estarem afastados daquela pessoa que o ama, que lhe faz bem, ou daquela que ele mesmo ama ou que precisa de sua atenção, cuidado ou carinho e, de modo consciente, busca perceber o motivo de seu eventual afastamento e endireita-se, se esforça e se inclina ao dever, à empatia, à sororidade e cumpre seu papel humano.

Pensa em como pode, ainda, buscar desenvolver para com o outro um amor que aquele merece e se esforça, abraça, se aproxima, presta atenção aos predicados e virtudes, desenvolvendo um amor verdadeiro.

Para dar fim a este item do livro, quero evidenciar, para exemplo, duas pessoas que tinham o mesmo problema. Duas mulheres com problemas com o marido. Mulheres, estas, emotivas, cujas atitudes eram impulsivas, controladoras, sofriam por ciúme, tinham ações destemperadas e, bem, sigam.

Cecília, a primeira delas, uma mulher mais velha que sofre com os mesmos males ainda hoje. Problemas com o marido.

Enfatiza ser uma pessoa sensível e emotiva  e critica pessoas racionais, dizendo que são – frios e calculistas – a se negar, ainda, a melhorar sua percepção sobre as coisas que a aborrecem. Segundo ela, a culpa de suas ações é do marido que brinca na rua com as pessoas e com mulheres. Xinga, esbraveja e fala palavrões. Outrora seu marido fora alcoólatra e ela implicava com ele. Ele largou a bebida e agora o problema é outro. Seus filhos já seguiram o pai para comprovar as acusações da mãe, mas nada viram. Ao dizerem isso, a mãe se virou, feroz, contra eles, e disse que eles a chamavam de mentirosa, que tudo na vida e sua culpa e que só defendem o pai. Hoje, aos setenta anos, vive deprimida, magra, não sai de casa e sofre com problemas nas vistas, agravados pelo ao seu medo de médicos, de saber que está doente, de fazer uma cirurgia.

Mariana, a segunda mulher, era mais nova, com mais energia e mais violenta em suas ações, mas, ao contrário de Cecília, tinha consciência do que estava ocorrendo e sabia que seu casamento não duraria muito se mantivesse tal postura. Me procurou para conversarmos sobre seu comportamento e pedi para que me contasse sobre suas aflições e as coisas que acometiam sua razão. Ela, então me mostrou uma foto do marido – do lindo – segundo ela mesma. Ele, em tempos de juventude, era o que poderia haver de maior sonho de consumo para as mulheres da faculdade e, ele, não se fazia de rogado e “pegava todas”. Mas, segundo ela, eles se encontraram, saíram e ele passou a sair com ela com mais frequência, até que se casaram. Contudo ela, após o casamento, engordou e ele continua a se cuidar e, onde ele trabalha, 90% são mulheres, o que a enlouquece e, de quebra, eles ainda tem congressos em cidades vizinhas e paraísos pelo Brasil.

Perguntei, para ela, quantas vezes ele já havia traído ela. Ela respondeu que nenhuma vez, que saiba.

Perguntei quantas vezes havia chegado em seus ouvidos ou olhos histórias, cartas, informações ou fotos com outras mulheres ou que indicavam alguma queda para a – galinhagem dele. Ela disse que nenhuma e, aos poucos, com o responder das perguntas, ela percebeu que a maioria dos problemas que haviam em relação à ela e ao marido, eram criações da mente dela em relação à situações imaginadas.

Muitas vezes argumentei pela reflexão sobre o que é fato e o que é criação da mente, sobre como com aquelas atitudes ela chamava a atenção do marido para as outras mulheres e como ela havia cuidado tanto da vida dele e das colegas de trabalho que acabou esquecendo de si mesma e engordou. Sua ansiedade a impulsionava a comer mais, a consumir gorduras e açúcares em excesso, a gastar dinheiro nos shoppings com coisas que não precisava e a controlar as roupas do marido, cheirar cada peça de roupa, fazer campana e seguir o marido no trabalho. Nada acontecia.

Com o adoecimento da Mãe, pediu as contas do trabalho e, ali, encontrei a oportunidade de ouro para lhe apresentar de forma mais objetiva as vantagens do pensamento racional. Não só se tornou uma cuidadora exemplar, como optou por fazer faculdade de enfermagem e investiu na carreira de cuidadora. Continua casada com – o lindo – e tem um filho. A mãe se curou do câncer de mama, vive com eles, e ajuda a cuidar do pequeno Rafael. Seu pai faleceu há menos de um ano e ela está resignada, forte, equilibrada, tranquila, com uma vida simples e próspera, com casa quase quitada, carro dela e outro do marido, filho em escola particular e todos com seguro saúde.

Ainda conversamos e ela há algum tempo, me disse que eu salvei o casamento dela, quando respondi que a afirmação era um enorme engano.

A única coisa que fiz foi escutar, com toda a atenção que uma pessoa merece, sobre todo o sofrimento pelo qual ela passava e me compadeci, me coloquei em seu lugar e lhe fiz perguntas racionais, lógicas e sensatas, sendo a consciência dela própria a guia para as respostas e a exortação de pensamentos infundados.

Hoje a Mariana usa essa mesma linha de pensamento na lida com seus – pacientes – nas conversas com eles e com os familiares e, pasmem, falta tempo em sua agenda para tanta demanda, devido a tantas indicações. Seus rendimentos mensais superam o do marido em pouco mais de sessenta por cento.

Durante toda minha vida, desde que passei a observar as pessoas mais emotivas ou que deixam as emoções tomarem conta de seus atos e de suas decisões, noto que as mais bem suscedidas, as que menos sofrem, as mais tranquilas e mais saudáveis são aquelas que, de modo racional, cuidam de si mesmas, de sua relação com os demais e estão em consonância com a natureza, se afastam de excessos, de vícios e buscam desenvolver suas virtudes.

 

Eu mesmo, Ricardo Murça, sou um exemplo dessa luta pelo pensamento racional e busco me desenvolver dia a dia em busca da felicidade, da tranquilidade, do sucesso e da prosperidade, sem fugir dos desafios e, saiba, que se você lê este livro, está a me ajudar, enquanto eu ajudo você. Venha comigo!

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